Relatório final do Sínodo será apresentado nesta quinta-feira
Os padres sinodais têm a manhã
livre desta quinta-feira, 22, para, à tarde, em plenário, ouvirem a
apresentação do relatório final, como confirma o Arcebispo de São Paulo,
Cardeal Odilo Pedro Scherer.
Leia a íntegra:
“Nesta etapa do Sínodo, tenta-se recolher pouco a pouco os
resultados das reflexões feitas sobre o tema da vocação e missão da família na
Igreja e no mundo contemporâneo. Hoje à tarde, será apresentado o relatório
elaborado pela Comissão de Redação, a partir de todas as contribuições recebidas
em plenário e nos círculos menores. Depois, teremos ainda a sexta-feira para
mais um momento de reflexão em plenário sobre o próprio relatório, antes que se
parta para a votação ponto por ponto no sábado.”
Existe a expectativa de que algo mude em relação aos divorciados
recasados?
“Foi motivo de reflexão, com muitas contribuições, onde nem todos
têm a mesma linha de pensamento. Mas não em termos de polêmica. Foi motivo de
reflexão, sobretudo na terceira parte do Instrumento de Trabalho, onde o
assunto propriamente entra. E as reflexões sobre isso são na linha do trato
pastoral, não na linha doutrinal. Quer dizer, primeiramente, fica descartada a
possibilidade de pensar que a Igreja vai aprovar o divórcio. Já foi feito o
Motu Próprio sobre a agilização dos processos de reconhecimento da nulidade
matrimonial, mas isso vai na linha da nulidade, não da anulação, ou seja, do
divórcio. Onde houver a possibilidade de reconhecer a nulidade, então haverá
também a possibilidade de um casamento verdadeiro. Mas o divórcio não entra. A
Igreja não o aprova, isso está fora de cogitação. Por outro lado, se os
recasados, os que vivem em segunda união, poderão comungar normalmente, a linha
das reflexões é pela não generalização de uma solução. Não haverá uma solução
genérica, dizendo ‘Sim, podem todos ir à comunhão’. Mas está se refletindo
sobre uma atenção personalizada aos casos, caso por caso, situação por
situação, porque sempre são muito diversificadas as situações. Há sugestões
para que se possibilite o acesso à comunhão eucarística para certas situações,
certas circunstâncias. Há também aqueles que acham que não se deva mudar a
atual disposição.”