Tomo
a liberdade de uma pequena comparação para falar da importância da oração, da
vida sacramental, da leitura orante da Palavra de Deus, da caridade e da
prática do bem para quem deseja viver e vencer na vida cristã.
Tomemos como exemplo uma corrida de carros. De um lado temos um
carro da Fórmula Um e de outro lado temos um fusquinha velho.
Quem vai ganhar a corrida? A lógica seria logo afirmar que é o
carro da Fórmula Um.
Vejamos: ele tem tudo melhor em condições de potência do motor,
da tecnologia, de mecânica, de estabilidade. Tudo isso é muito importante e até
“quase” determinante, mas falta um elemento indispensável: O COMBUSTÍVEL. Este
carro não pode nada se estiver com o tanque vazio.
O fusquinha ou como se fala no sul do Brasil, o fuquinha, com
toda a mecânica ultrapassada, com uma potência muito inferior, com pneus quase
do tempo da carroça, a princípio não teria as mínimas condições de competir e
de vencer a corrida, mas ele está com o tanque cheio. Em consequência ele terá
todas as condições de vencer.
Outra questão é: na largada os dois tem combustível igual, mas o
motorista do carro da Fórmula Um vai passando em frente aos pontos de
abastecimento e não reabastece e por isso, ele que começou largando na frente,
vai ficar sem o combustível e para no meio do caminho. Daqui há pouco vai ver o
velho fusquinha que foi mais devagar, mas sempre parando nos pontos de
reabastecimento, ultrapassar o carro parado e sem condições de continuar seu
caminho.
Assim somos todos nós cristãos. Começamos muito bem com batismo,
primeira comunhão, crisma e às vezes até casamento ou votos da vida religiosa,
ou ainda ordenação de padre ou bispo. Quando paramos de “nos abastecer” com a
oração diária, com a Eucaristia e os demais sacramentos, com a leitura orante
da Palavra de Deus e outros exercícios espirituais, práticas da caridade, da
solidariedade, da misericórdia, vamos esvaziando nosso “tanque” de combustível
da vida cristã e daí a pouco, paramos na vida cristã.
Outros cristãos/cristãs de outras igrejas e ESPECIALMENTE
PESSOAS DE OUTRAS RELIGIÕES NÃO CRISTÃS OU QUE NEM TEM RELIGIÃO, MAS VIVEM O
AMOR A CARIDADE, embora não tenham todas as chances que nós temos por meio de
Jesus Cristo e sua Igreja, vão passando à nossa frente e “no dia da chegada”
diante de Deus recebem a “bandeirada” da vitória bem antes de nós.
Não é suficiente se dizer cristão sem viver como cristão.
Vida cristã é muito mais do que apenas ser batizado e fazer a
primeira comunhão ou mesmo ir na missa todos os domingos.
SEM NOS REABASTECER DIARIAMENTE DE JESUS, NÃO TEMOS CONDIÇÕES DE
CHEGAR À VITÓRIA FINAL.
Por
Dom Guilherme Antônio Werlang – Bispo de Ipameri (GO)