Formação Presbiteral: o dom da vocação
“O
Dom da Vocação Presbiteral: Ratio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis” é o
documento da Congregação para o Clero que visa contribuir para a formação dos
seminaristas e do clero da Igreja Católica. O texto atualiza as orientações
inalteradas desde 1985 e explicita como realizar a formação dos futuros
presbíteros e a necessidade fomentar a formação permanente.
As novas Diretrizes afirmam que o objetivo é formar discípulos
missionários “enamorados” do Mestre, pastores “com cheiro das ovelhas” que vivem
no meio dela para servi-las e conduzi-las à misericórdia de Deus.
O texto da Congregação indica os elementos teológicos,
espirituais, pedagógicos e canônicos, bem como normas para uma formação
integral dos presbíteros. Destaca também que o futuro padre deve ser
acompanhado na totalidade das quatro dimensões que interagem o processo
formativo e a vida dos ministros ordenados: a dimensão humana como “base
necessária e dinâmica” de toda vida presbiteral; a dimensão espiritual que
contribui para caracqualificar e maturar a vida e o ministério do presbítero; a
dimensão intelectual que oferece “os necessários instrumentos racionais para
compreender os valores próprios do que é ser pastor”, na própria vida e na
missão de anunciar o Evangelho; a dimensão pastoral habilita a um serviço
eclesial responsável e profícuo.
Nas orientações relacionadas às dimensões da formação e da vida
dos futuros presbíteros, o documento aponta para a necessidade de “colocar
especialmente no coração os mais pobres e os mais fracos, e já habituados a uma
generosa e voluntária renúncia a tudo que não seja necessário”. O chamado é
para que “sejam testemunhas de pobreza, através da simplicidade e da
austeridade de vida, para tornar-se promotores sinceros e credíveis de uma
verdadeira justiça social”.
A formação deve estar permeada pelo espírito de pastor “que os
torne capazes de ter aquela mesma compaixão, generosidade, amor por todos,
especialmente pelos mais pobres, e pronta solicitude pela causa do Reino, que
caracterizaram o ministério público do Filho de Deus, e que se podem resumir na
caridade pastoral”.
Além disso, sugere o texto, para se tornar realmente um pastor
segundo o Coração de Jesus, o sacerdote, “consciente da misericórdia imerecida
de Deus na própria vida e na vida dos seus irmãos, deve cultivar a virtude da
humildade e da misericórdia para com todo o povo de Deus, especialmente em
relação àquelas pessoas que se sentem alheias à Igreja”.
“Pareceu-nos que a formação dos presbíteros precisava ser
relançada, renovada e recolocada no centro, para isso fomos incentivados e
iluminados pelo magistério de papa Francisco, com a espiritualidade e a
profecia que distinguem sua palavra”, explicou o prefeito da Congregação para o
Clero, cardeal Beniamino Stella. Em entrevista ao diário vaticano, o cardeal
lembrou que papa Francisco, ao dirigir-se aos sacerdotes por diversas vezes,
recordou-lhes que o padre não é um funcionário, “mas um pastor ungido para o
povo de Deus, que tem o coração compassivo e misericordioso de Cristo para com
as multidões cansadas e famintas”.
Por
CNBB