O
reitor do Santuário de Fátima disse, nesta sexta-feira, 10 de fevereiro, em conferência
de imprensa que é pouco provável que surjam novidades sobre os processos de
canonização dos videntes no ano do Centenário das Aparições.
O padre Carlos Cabecinhas começou por referir-se à causa da Irmã
Lúcia (1907-2005), um processo “particularmente extenso, difícil e longo”, pelo
que não considera “improvável” que haja novidades em relação ao mesmo em 2017.
A Diocese de Coimbra, onde a religiosa faleceu, e a
vice-postulação da Causa de Canonização vão promover na segunda-feira, 13 de
fevereiro, a sessão de clausura do inquérito diocesano, que exigiu a análise de
milhares de cartas e escritos.
Esta fase do processo de canonização da vidente de Fátima reúne
todos os escritos da Irmã Lúcia, os depoimentos das testemunhas ouvidas acerca
da sua fama de santidade e das suas virtudes heroicas, passando agora para a
competência direta da Santa Sé e do Papa.
O reitor do Santuário de Fátima lembrou depois as notícias sobre
o suposto milagre atribuído à intercessão dos outros dois Pastorinhos, os
beatos Francisco e Jacinta Marto, assinalando que mesmas surgiram “sem
confirmação oficial” e que ainda há fases a para passar no Vaticano.
“Neste momento, não temos qualquer indicação que nos diga que é
provável ou improvável que haja novidades ao longo deste ano”, sublinhou o
padre Carlos Cabecinhas.
A canonização de Francisco (1908-1919) e Jacinta Marto
(1910-1920), beatificados a 13 de maio de 2000 pelo Papa João Paulo II, em
Fátima, depende do reconhecimento de um milagre atribuído à sua intercessão,
após esta data.
A canonização é a confirmação, por parte da Igreja, que um fiel
católico é digno de culto público universal (no caso dos beatos, o culto é
diocesano) e de ser dado aos fiéis como intercessor e modelo de santidade.
Francisco e Jacinta Marto, irmãos pastorinhos que, segundo o
testemunho reconhecido pela Igreja Católica, presenciaram as aparições da
Virgem Maria na Cova da Iria e arredores, entre maio e outubro de 1917, são os
mais jovens beatos não-mártires da história da Igreja Católica.
Os trâmites processuais para o reconhecimento de um milagre, por
parte do Papa, acontecem segundo normas estabelecidas em 1983.
A Congregação para as Causas dos Santos (Santa Sé) promove uma
consulta médica sobre a alegada cura, para saber se a mesma é inexplicável à
luz da ciência atual, feita por peritos; o caso é depois submetido à avaliação
de consultores teológicos e de uma sessão de cardeais e bispos.
A aprovação final depende do Papa, que detém a competência
exclusiva de reconhecer uma cura como verdadeiro milagre.
Em 2016, o Vaticano atualizou as normas da consulta médica, que
é levada a cabo por sete peritos, prevendo uma maioria favorável de dois terços
para que o processo possa avançar.
Por
Canção Nova, com Agência Ecclesia