Ser Pai
Hoje a paternidade
física se faz até com bebê de proveta. Mas, ser pai é mais do que gerar filho
na ordem natural, mesmo com a transmissão ideal da vida realizada com o
casamento planejado e preparado. Este tem a perspectiva vocacional da união do
amor humano com o divino. Assim, cria-se a condição de os filhos desenvolverem
a afetividade na aceitação de si e dos outros mais harmonicamente.
Se o pai olhar o Pai de todos e se inspirar na paternidade
divina, assumirá a responsabilidade de transmitir a vida e alimentá-la com a
ternura, a afeição, a boa educação e a cooperação com a formação do bom caráter
dos filhos. Isso se dá com seu exemplo de cidadão que vive os valores humanos
da honestidade, verdade, ética, moral e perseverança na promoção do bem ao
semelhante.
Como é bom os filhos terem pais que realmente os amam e sempre
os orientam para serem pessoas que colocam as virtudes humanas acima de
qualquer valor material! A formação da conduta para a vida em sociedade faz com
que o pai inocule na consciência dos filhos a grandeza de tudo fazer para o
serviço ao bem do semelhante, preparando-se, intelectual e moralmente para a
prática da solidariedade, a exemplo do Filho de Deus Pai.
Ao mesmo tempo, os filhos aprendem a ter compaixão e
misericórdia para quem vive na fragilidade dos próprios limites e na exclusão
social. Assim, terão também compaixão pelos limites da pessoa humana do pai.
Essa conduta é alimentada por Deus e repassada pelos filhos, que aprendem do
bom pai a serem compassivos e colaboradores com quem vive em dificuldades.
A vocação para a paternidade responsável é ensinada e promovida
aos filhos, que também saberão viver a vocação de resposta a Deus para o
exercício da paternidade feliz.
O Pai Deus não deixa faltar aos filhos humanos o pão da vida,
que é promovida na terra por todos os que aprenderam a ser verdadeiros pais que
ensinam aos filhos a partilha e a solidariedade. Assim, não faltará, nem mesmo
o pão material para todos. A natureza, criada por Deus oferece os meios de
subsistência para toda a humanidade. Mas precisam ser usados e repartidos com
justiça misericordiosa e verdadeira fraternidade. Precisamos formar mais o pai
humano para treinar os filhos a serem verdadeiramente humanos e fraternos. A
caminhada terrestre seria boa e justa para todos. Ninguém passaria necessidade
material, psicológica, moral e espiritual. Quem segue o Filho Jesus, seria
filha ou filho amoroso, que pensaria em tratar bem o semelhante, dando, cada um
de si, para o bem do outro! Assim, todo pai humano seria feliz e deveria ser,
porque todos os filhos também o seriam!
Por Dom
José Alberto Moura – Arcebispo de Montes Claros (MG) – Via CNBB