Papa: que o Advento não seja mundano, é o tempo para purificar a fé
O tempo do Advento tem
“três dimensões”: passado, futuro e presente. Celebrando a missa na capela da
Casa Santa Marta (03/12), o Papa Francisco recordou que o Advento, inaugurado
ontem, é o tempo propício “para purificar o espírito, para fazer crescer a fé
com esta purificação”.
O ponto de partida das reflexões do Pontífice é o Evangelho do
dia (Mt 8,5-11): o encontro em Cafarnaum entre Jesus e um oficial romano, que
pede ajuda para o seu servo, paralisado na cama. Também hoje, afirmou, pode
acontecer de se “acostumar à fé”, esquecendo a sua “vivacidade”. “Quando
estamos acostumados – destacou o Papa –, perdemos aquela força da fé, aquela
novidade da fé que sempre nos renova”.
Que o Natal não seja mundano
Na homilia, Francisco ressaltou que a primeira dimensão do
Advento é o passado, “a purificação da memória”: “recordar bem que não nasceu a
árvore de Natal”, que certamente é um “belo sinal”, mas recordar que “nasceu
Jesus Cristo”.
Nasceu o Senhor, nasceu o Redentor que veio para nos salvar.
Sim, a festa…nós sempre temos o perigo, sempre teremos em nós a tentação de
mundanizar o Natal, mundanizá-lo … quando a festa deixa de ser contemplação –
uma bela festa de família com Jesus no centro – e começa a ser festa mundana:
fazer compras, presentes, isso e aquilo outro…e o Senhor permanece ali,
esquecido. Inclusive na nossa vida: sim, nasceu, em Belém, mas… E o Advento é
para purificar a memória daquele tempo passado, daquela dimensão.
Purificar a esperança
Além disso, o Advento serve para “purificar a esperança”, para
se preparar “para o encontro definitivo com o Senhor”.
Porque aquele Senhor que veio lá, voltará, voltará! E voltará
para nos perguntar: “Como foi a sua vida?”. Será um encontro pessoal. Nós, o
encontro pessoal com o Senhor, hoje, teremos na Eucaristia e não podemos ter um
encontro assim, pessoal, com o Natal de 2000 anos atrás: temos a memória do que
foi. Mas quando Ele voltar, teremos aquele encontro pessoal. É purificar a
esperança.
O Senhor bate todos os dias ao nosso coração
Por fim, o Papa convidou todos a cultivarem a dimensão cotidiana
da fé, não obstante as preocupações e os muitos afazeres, cuidando da própria
“casa interior”. O nosso Deus, de fato, é o “Deus das surpresas” e os cristãos
deveriam perceber todos os dias os sinais do Pai Celeste, o seu falar conosco
hoje.
E a terceira dimensão é mais cotidiana: purificar a vigilância.
Vigilância e oração são duas palavras para o Advento; porque o Senhor veio na
História em Belém; virá, no final do mundo e também no final da vida de cada um
de nós. Mas vem todos os dias, em todos os momentos, no nosso coração, com a
inspiração do Espírito Santo.
Via Vatican News