Segunda carta
Os exegetas pensam que a segunda carta aos
Coríntios resulta de várias mensagens que Paulo endereçou àquela comunidade, em
datas diferentes, sempre motivado pela preocupação em continuar orientando os
grupos por ele evangelizados. São fortes os laços criados entre ele e as comunidades às quais fez o primeiro anúncio
da fé cristã. Em 12,15
Paulo fez esta confissão: “Quanto a mim, de boa
vontade me gastarei e me desgastarei totalmente em favor de vocês”.
É profunda a sua amizade, a ponto de declarar: “De fato, quando escrevi, eu estava tão preocupado
e aflito, que até chorava;
não pretendia entristecê-los,
mas escrevi para que compreendam o imenso amor que tenho por vocês” (2,5).
Quando ele não pode visitar pessoalmente a comunidade pra dar-lhe apoio, envia pessoa de sua confiança capaz de substituí-lo. Aos coríntios, manda Tito com esta observação: “Graças sejam
dadas a Deus que colocou no coração de Tito
o mesmo zelo por vocês. Ele acolheu o meu pedido e, mais apressado do que
nunca, vai espontaneamente ao encontro de vocês” (8,16-17).
Diversos temas
são abordados por Paulo: a grandeza e a fraqueza dos
apóstolos, o ministério da reconciliação, o relacionamento com o outro, a coleta, a necessidade de dar com
alegria; enfim, ensina o necessário para o crescimento da comunidade naquele momento.
Ele estimula muito o cristão a desenvolver
interiormente um homem novo: “Se alguém está
em Cristo, é nova criatura. As coisas antigas passaram; eis que uma realidade
nova apareceu. Tudo isso vem de Deus, que nos reconciliou consigo por meio de Cristo e nos confiou o
ministério da reconciliação” (5,17-18).
Não nos é possível, neste es- paço, fazer uma
análise aprofundada das cartas do grande após- tolo. A nossa in- tenção é que as
mensagens aqui apresentadas ao longo deste ano
sejam um aperitivo para posterior leitura integral desses documentos bíblicos
que muitos fundamentos oferecem à teologia cristã.
D. Geraldo Majella Agnelo
Cardeal Arcebispo Emérito de Salvador
