Religiosos e especialistas comentam nova encíclica do Papa
A nova encíclica do Papa Francisco dedicada ao cuidado com o
meio ambiente foi publicada nesta quinta-feira, 18. No Vaticano, uma coletiva
de imprensa apresentou o novo documento, com intervenções de cardeais e
especialistas no assunto.
O presidente do Pontifício
Conselho da Justiça e da Paz, Cardeal Peter Turkson, explicou a invocação de
São Francisco que está presente no título da encíclica: “Laudato si”, em
português, “Louvado sejas, meu Senhor”.
No Cântico das Criaturas, São
Francisco recorda que a terra, a casa comum do homem, é como uma irmã, com a
qual se partilha a existência, e como uma mãe, que acolhe a humanidade em seus
braços. “A referência a São Francisco indica também a atitude sobre a qual se
baseia toda a Encíclica, aquela da contemplação orante, e nos convida a olhar
ao ‘pobre de Assis’ como a uma fonte de inspiração”, explicou o cardeal.
Também presente na coletiva estava
o metropolita de Pergamo, Sua Eminência John Zizioulas, representando o
patriarcado ecumênico e da Igreja Ortodoxa. Ele destacou alguns pontos da
encíclica, como o significado teológico da ecologia, a dimensão espiritual do
problema ecológico e o significado ecumênico da encíclica.
“Aqueles que lerem a Encíclica
ficarão impressionados com a profundidade e o rigor com que o problema
ecológico é tratado e sua seriedade é trazida para fora, junto com sugestões
concretas e propostas de como agir em vista de encarar suas consequências”.
O fundador e diretor do Instituto
Postdam para Pesquisa do Impacto Climático, professor Hans Joachim
Schellnhuber, que também participou da coletiva, considerou que a encíclica é
compilada em um momento crucial da história da humanidade. Ele apresentou
alguns dados sobre a situação climática do planeta, com gráficos e ilustrações
que retratam, por exemplo, o aumento da temperatura da terra.
“A urgência de agir sobre estas
questões prementes que se expressa na Encíclica espelha as descobertas
científicas que se acumularam em um corpo de evidências. A ciência é clara: o
aquecimento global é impulsionado por emissões de gases de efeito estufa que
são o resultado da queima de combustíveis fósseis. Se não formos capazes de
reduzir fortemente essas emissões e de dobrar a curva de aquecimento, nós, os
nossos vizinhos e as crianças serão expostas a riscos intoleráveis”, alertou o
professor.
Por Canção Nova