Aproximando-se da
reta final, o Sínodo dos Bispos se prepara para entrar em uma nova fase, de
traçar indicações pastorais para a família. Em coletiva de imprensa nesta
quinta-feira, 15, jornalistas foram informados sobre alguns dos temas abordados
até agora, como missão da família, divorciados e formação para o matrimônio.
Entre o dia de ontem
e a manhã de hoje, foram feitas 93 intervenções sobre a terceira parte do
Documento de Trabalho, conforme informou o diretor da Sala de Imprensa da Santa
Sé, padre Federico Lombardi.
Nessas e em outras
intervenções, um dos temas recorrentes, e sobre o qual há uma grande
expectativa, é a questão dos casais divorciados e recasados. Padre Bern
Hagenkord, colaborador do padre Lombardi para o idioma alemão e que estava
presente na coletiva, contou que um dos padres sinodais sugeriu um caminho
catecumenal para os casais divorciados no civil, uma vez que eles são parte da
Igreja.
Para o assistente do
diretor da sala de imprensa da Santa Sé, padre Manuel Dorantes, esse assunto
dos divorciados recasados precisa de um balanço entre misericórdia e obediência
ao Magistério. Nos grupos de língua espanhola, disse, várias são as
intervenções, por exemplo, sobre a Comunhão aos casais divorciados que voltaram
a casar. “Propõe-se que haja cuidado de não ir rapidamente nesta direção,
talvez pela pressão da opinião pública, como se a chave de integração desses
casais fosse somente a mudança da disciplina”.
Padre Dorantes contou
também que os padres sinodais relataram o fato de que, em alguns países,
divorciados também entram na fila da comunhão, com a cabeça inclinada e os
braços cruzados sobre o peito, recebendo uma benção do ministro da eucaristia.
“O padre dizia que essas pessoas se humilham publicamente, diante da
comunidade, é uma espécie de máxima culpa”.
Tanto nesses casos de
divorciados recasados quanto dos homossexuais, outro assunto delicado distutido
na assembleia, padre Dorantes disse que o mais importante é o fato de que são
pessoas e muitas delas são cristãs que precisaram enfrentar situações muito
dolorosas. “Não se trata de mudar a doutrina católica, mas sim de mudar a nossa
atitude”.
Padre Dorantes também
destacou que tem se discutido muito no Sínodo uma pastoral concreta sobre
família, e não só eventos que têm a ver com ela. Um dos pontos abordados, por
exemplo, foi a formação para o matrimônio utilizando métodos online e a
proposta de que os noivos façam cursos sobre o matrimônio.
Padre Thomas Rosica,
outro assistente do diretor da sala de imprensa da Santa Sé, falou na coletiva
de hoje sobre a necessidade de uma linguagem que vá passar a verdade sólida da
Igreja, porém que fale às pessoas. Ele também lembrou a missão das famílias, de
levarem suas experiências para a Igreja, e a necessidade de formação, tanto
para as famílias quanto para os sacerdotes.