Abril dos nossos sentimentos
Antigamente, o dia 1º de abril era festejado como “dia da peta” ou dia
da mentira e, na simplicidade das crianças, isso era uma festa. Sempre tinha
alguém para cair na armadilha da brincadeira, até mesmo na escola,
na catequese e na vizinhança. Era ao vivo, pois
não havia telefone ou outro meio mais rápido de comunicação. Até padres,
professores, vizinhos e amigos idosos eram alvos desta brincadeira.
Hoje ainda tem o “dia da peta”? Real- mente não
sei, mas como arquivo do tempo confesso que passei e recebi muitas. E, como
bons cuiabanos, queremos lembrar que o dia 8 de abril é aniversário da nossa capital mato-grossense. O Senhor Bom Jesus, que é
de Cuiabá, recebe as nossas homenagens e abençoa nossa cidade que completa
295 anos. Cidade verde de Dom
Aquino que já não tem as palmeiras decantadas em seus versos, pois o progresso
e outros fatos as levaram.
E para este mês, o calendário fica rico de acontecimentos.
No dia 20 de abril festejaremos a Páscoa. É a ressurreição de Jesus. A morte
foi vencida. E o nosso grito
de Aleluia res- soará. Estamos vivendo a Quaresma rezando, meditando
e contemplando o rosto
de Jesus nas estações da Via Sacra, na Campanha da Fraternidade
que nos mostra os rostos sofridos dos nossos irmãos explorados e iludidos,
transformados em mercadoria.
A Igreja,
como mãe, nos leva a ver essa realidade. As procissões de
penitência nas madrugadas de sexta feira, na nossa Paróquia, nos levam a dar passos em direção ao outro, não só neste tempo, mas a um aprendiza-
do de caminhar para encontrar quem está distante. É o que nosso Papa Francisco
tem exortado constante- mente. E confesso
que estou emocio- nada com a canonização dos nossos
Papas João XXIII e João Paulo II, no dia 27 de abril.
Partilho uma
grande alegria: nesse mesmo dia, em 1929, quando o Papa João Paulo II
tinha 9 anos, meus pais se casavam nesta Igreja
de São Gonçalo, cujo Pároco era Pe. Jose Xhardy. O tempo passou,
e 42 anos depois, nesse dia
também foi o meu casamento e era a vez do Pe. Luis Maria
Ghison presidi-lo, pois aqui permaneceu 21 anos como Pá-
roco.
Tem uma canção predileta do Pe. Luigi Fávero, quando
nosso Pároco, que diz: “é festa no céu, é festa
na terra Maria, também é festa no meu coração”.
Retrata fielmente essas canonizações de
27 de abril de 2014, quando católicos do
mundo inteiro veem, no altar, dois
homens de Deus que não morreram, mas continuam vivos na história da
Igreja e no
coração de cada um de nós, que tem suas imagens gravadas na vida e na
alma. Perdoem-me levá-los a
caminhar nos meus senti- mentos, mas velho é assim mesmo: faz do passado um
presente doce e vivo.
Que o mês de abril nos
ressuscite para um homem novo e uma mulher nova, amando e servindo
a Igreja e os irmãos. E nossos santos João XXIII (o Papa da paz) e João Paulo II (O João de Deus) nos abençõe.