120 anos... Presença marcante dos salesianos

Foi em Junho de 1894 mas, como idoso gosta de contar histórias e fazer contas lá vou eu, e os convido a vir co-migo. Pelas minhas contas, quando os Padres Salesianos chegaram nesta Paróquia do Porto, meus avós paternos se casavam em Nossa Senhora do Livra-mento; minha avó com 15 anos de ida-de. E foi aqui no Porto que eles vieram continuar a criação dos seus filhos sob as bênçãos de São Gonçalo.

A história dos salesianos de Dom Bosco foi construída com as pessoas de cada época, e quanto bem foi se-meado neste chão que ora pisamos. Quantas gerações usufruíram da riqueza espiritual desta família salesiana, e quantos chegaram à casa do pai guia-dos pelas mãos destes homens que tudo deixaram para seguir as pegadas do Mestre.

Dom Bosco foi um sonhador e rea-lizador e, com certeza, ultrapassou as barreiras do tempo e dimensões geo-gráficas para plantar no centro da América do Sul sua obra de evangelização. Lembro-me do meu irmão, que seminarista por mais de 10 anos, passava suas férias em Sangradouro, Meruri

(colônias indígenas), e vinha encantado com o entusiasmo e paixão dos padres salesianos.

Quando partia para o outro lado da vida, meu irmão dava seu testemunho ao nosso saudoso Pe. Firmo que o visitava: “Tudo que sei, tudo que sou, devo a vocês ‘Salesianos de Dom Bosco’”. Haverá um testemunho mais profundo e verdadeiro que este? Revendo a cer-tidão do casamento de meus pais, em

1929, vejo uma assinatura: Pe. Jose Xhardy, então Pároco desta Igreja de

São Gonçalo. Mais um pouco, a certidão de Crisma do meu irmão Atahide e assinatura de um Arcebispo Salesiano. E, assim, 120 anos se passaram e quantas histórias foram escritas não em livros, mas no coração de muita gente que se beneficiou desta Congregação abençoada por São Francisco de Sales e Nossa Senhora Auxiliadora.

Na homilia de uns dias atrás, nosso

Pároco Pe. Elias Roberto se referia ao Pe. Agostinho Colli, do qual me lembro ainda criança. Sempre de batina preta, austero e íntegro, amigo do confessionário. Pe. Agostinho foi Pároco duas vezes de 1918 a 1924 e depois de 1941 a 1942. E nas certidões de casamento de todas nós, cinco irmãs, presidindo o mesmo celebrante: Pe. Luis Maria Ghi-soni, santo sacerdote que nesta Paró-quia se doou por 21 anos.

Há de se registrar que esta Paróquia

São Gonçalo é uma referência de sacerdotes que, no espírito de Dom Bos-co, se integraram às nossas raízes tão simples, cada qual com seu carisma. Realizando obras, construindo igrejas, colégios, expandindo a Paróquia em capelas, centros de catequese, creche, obras de ação social e, sobretudo, evangelizando e cuidando da vida espi-ritual de cada paroquiano.

Se o Arcebispo Dom Carlos Luis D’Amour pediu a Dom Bosco que mandasse seus filhos a estas plagas, foi sob a inspiração de Deus. O tempo é um desafio para todos e nestes 120 anos de história, o primeiro padre salesiano ordenado em nossa Paróquia é justamente o nosso Pároco atual, Pe.

Elias Roberto.

Ainda jovem, quer sonhar como seu pai Dom Bosco para realizar o plano de Deus aqui e agora. Hoje, dois sacerdotes octogenários atestam ao mundo a vocação do amor e do serviço: Pe. Sebastião Paniago e Pe. Humberto Pereira que, junto ao nosso Pe.Giulio

Boffi (o padre do sorriso), formam a comunidade salesiana com o dinamismo e a força dos mais jovens Pe. Paulo Fernando (apóstolo da juventude), Pe. Marcelo Fujimura (pupilo do nosso Pe. Luigi Fávero) e nosso Pe. Elias Roberto que é pai, amigo, irmão, filho e amigo de todos nós!

Para muitos que nos precederam, o céu já aconteceu e aos muitos que aqui estão e virão um desejo: queremos es-tar no céu com vocês Salesianos de Dom Bosco! Obrigado! Deus lhes pague!

Maria do Carmo Monteiro da Silva